Versos sobre o Coração do Surgimento Dependente
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Versos sobre o Coração do Surgimento Dependente
de Ārya Nāgārjuna
Na língua da Índia: Pratītyasamutpāda Hṛdaya Kārika
Na língua do Tibete: Tenching Drelpar Djungwe Nyingpö Tsigleur Djepa
Curvo-me diante do vigoroso Mañjuśrī.
Estes elos diferentes, doze ao todo,
Que Buddha ensinou como surgimento dependente,
Podem ser resumidos em três categorias:
Kleśas, karma e sofrimento.O primeiro, o oitavo e o nono são kleśas,
O segundo e o décimo são karma,
E os sete restantes são sofrimento.
Assim, os doze elos são agrupados em três.Dos três, surgem os dois.
E dos dois, surgem os sete.
Dos sete demais surgem os três novamente.
Assim gira a roda da existência.Todos os seres são causas e efeitos,
E neles não há um ‘ser senciente'.
Dos fenômenos que são puramente vazios
Surgem apenas fenômenos vazios.
Todas as coisas são livres de qualquer ‘eu’ ou ‘meu’.Como recitação, vela, espelho, selo,
Lente de aumento, semente, acidez ou som.
Assim também é com a continuação dos skandhas:
O sábio deve compreender que eles não se transferem.Então, quanto às entidades extremamente sutis,
Aqueles que as consideram inexistentes
Não têm um completo e profundo conhecimento
E não veem a realidade do surgimento condicionado.Aqui, não há nada a ser removido,
Nem coisa alguma a ser somada.
Basta olhar com clareza a realidade como ela é
E quando a realidade é vista: a completa liberação.
Isso conclui os versos sobre O Coração do Surgimento Dependente composto pelo mestre Ārya Nāgārjuna.
| Traduzido do inglês (Adam Pearcey, 2008) por Gustavo Santhiago em 2019 e revisado com referência ao tibetano em 2022. Finalizado com a colaboração de Thiago Ponce de Moraes.
Versão 2.0-202221103