Conselho sobre a Visão, Meditação, Ação e Fruição
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Conselho sobre a Visão, Meditação, Ação e Fruição
por Nyala Pema Düdul
Namo mahāguru buddhāya!
Ele é excepcional entre todos os princípios dos veículos externo, interno e secreto,
É o ponto-chave para atravessar o oceano dos magníficos ensinamentos nos seus diversos aspectos,
E é o elemento principal e suficiente para compreender a suprema sabedoria dos budas—
Conceda suas bênçãos, para que eu possa reconhecer rigpa como o meu guru!
A visão que não é fabricada, sem base ou origem, a condição original:
Deixe que a visão que é a sabedoria primordial, isenta de pensamentos, se manifeste!
A meditação que é a consciência lúcida sustentada, sem referencial e livre de fixação:
Sem "meditar", deixe que a sabedoria da clara luz se revele na expansão da mente!
A ação que é espontânea, tomando o que quer que ocorra como o caminho para a conduta do iogue:
Deixe que as percepções e a mente surjam como a ação que realiza o "único sabor"!
Além da dualidade de saṃsāra e nirvāṇa, e livre de esperança e medo:
Que a fruição suprema de darmata seja realizada!
Agora, para um aconselhamento sobre a visão não fabricada e naturalmente surgida,
Ouçam novamente, todos vocês, dedicados discípulos!
Quando você adquire a estabilidade, permanecendo no estado natural espontâneo,
Não há necessidade de procurar por mais nada: a clara luz surge por si mesma.
Não há necessidade de meditar: a natureza da mente já está presente.
A distração é impossível: a consciência lúcida é sua própria essência.
O movimento se dissipa por si só: os pensamentos são purificados a exemplo do céu.
Não há necessidade de fazer ajustes: basta permanecer na clareza vazia.
E não há motivo para esperança ou medo: o saṃsāra e o nirvāṇa são igualmente liberados.
Ouçam novamente, todos os discípulos aqui reunidos!
A mente que sempre foi livre não apresenta marcas que a definam.
Mesmo ao olhar, nada é visto— é vacuidade.
Mas não é um vácuo sem conteúdo — é consciente e lúcida.
A consciência lúcida e a vacuidade são indivisíveis, amplas como o céu,
Sem orientação, tudo permeiam, além do ir e vir.
E ainda assim surgem todos os tipos de pensamentos e percepções.
Não é existente, porque é vazia,
Não é inexistente, porque há a consciência intrínseca,
A aparência e a vacuidade estão unidas, são o poder expressivo da realização.
Sua própria mente, não distraída, é o dharmakāya,
E a mente de sabedoria dos budas também é o dharmakāya.
Essas duas são indivisíveis, integradas à clara luz.
Quando, a partir dessa base vazia— o dharmakāya,
A clara luz desponta como sua expressão, espontaneamente perfeita,
A sabedoria, o amor e a capacidade para a ação brilham intensamente;
A sabedoria primordial se descortina sem esforço e de modo imparcial;
E as formas búdicas e as terras puras surgem ilimitadamente.
Ouçam novamente, todos os discípulos aqui reunidos!
Quanto à prática desse velho mendigo,
Sua visão é o Dzogchen, a Grande Perfeição;
Sua meditação, o Mahāmudrā, o Grande Selo;
E sua conduta, o Vinaya, pura e simplesmente.
| Traduzido do inglês por Guilherme Erhardt, 2024.