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ISSN 2753-4812
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Conselho sobre o Significado Último

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Um Espelho Revelando os Pontos Essenciais:

Conselhos sobre o Significado Absoluto

Longchen Rabjam

Corporificação única da compaixão, poder e atividade
das infinitas mandalas dos buddhas vitoriosos e incomensuráveis,
Glorioso lama, supremo senhor soberano de cem famílias búdicas,
aos seus pés, agora e sempre, presto homenagem!

E ma! Yogis afortunados, escutem:

Nós obtivemos uma forma humana perfeita com suas liberdades e recursos, nós encontramos os preciosos ensinamentos do Mahayana, e temos a liberdade de praticar o sagrado Dharma de forma autêntica. Então, neste momento, não gastemos nossas vidas em buscas sem sentido, mas vamos trabalhar pelo objetivo genuíno e duradouro.

Existem infinitas categorias de ensinamentos e incontáveis são os meios para se engajar nos diferentes veículos. Explicações podem envolver muitas palavras e expressões, mas ao menos que possamos trazer para o coração a essência do significado genuíno, mesmo que decoremos centenas de milhares de volumes isso não nos trará, efetivamente, benefício na hora da morte.

De maneira similar, podemos ter um conhecimento ilimitado derivado do estudo e reflexão, mas se nosso caráter fundamental não estiver em sintonia com o Dharma, nós não conseguiremos domar o inimigo: as emoções destrutivas.

Ao menos que, internamente, limitemos nossos desejos, adotando uma atitude de não precisar absolutamente de nada, então até mesmo o domínio sobre mil mundos não trará verdadeira satisfação.

Se falharmos na preparação para a incerteza do momento da morte, nós não alcançaremos o grande propósito, do qual certamente precisaremos ao morrer. Se não superarmos nossos próprios erros e treinarmos na percepção pura imparcial, então esses apegos e aversões nos impedirão de entrar no nível do Mahayana.

Ao menos que façamos puras preces de aspiração com incessante compaixão e bodhicitta, dentro do conhecimento de que não há um único ser nos três reinos ou nas seis classes que não tenha sido nossa mãe ou pai no passado, nós não abriremos o tesouro do altruísmo.

Ao menos que tenhamos tamanha devoção por nossos gentis professores ao ponto de considerá-los superiores ao próprio Buddha, não receberemos uma única porção de suas bênçãos.

Sem receber bênçãos de forma genuína, os tenros brotos da experiência e da realização não crescerão.

Se a realização não despontar internamente, explicações secas e entendimento teórico não trarão o fruto da iluminação.

Colocando de forma simples, sem unirmos nossa própria mente ao Dharma, é inútil apenas ter o aspecto externo de um praticante.

Nos restringindo apenas ao abrigo e sustento básicos, devemos considerar tudo o mais como desnecessário.

Pratique guru yoga, reze com atenção unidirecional, e foque todas as ações virtuosas para o benefício de todos os seres, seus próprios pais.

O que quer que você encontre - seja alegria ou tristeza, bom ou ruim - considere tudo como a bondade do lama.

Na expansão na qual rigpa auto-consciente surge espontaneamente, livre de qualquer fixação, descanse e relaxe, sem criar ou produzir nada. Quaisquer pensamentos que surjam, reconhecendo sua essência, permita que sejam liberados como a exibição da sua própria natureza intrínseca.

Sem o menor traço de cultivar algo ou focar em algo na meditação, não permita-se cair nem por um instante na confusão comum. Ao invés disso, permaneça com atenção presente e sem distração durante todas as atividades, e treine no reconhecimento de que todas as aparências, sons e experiências sensoriais são o jogo da ilusão. Ao fazer isso, você ganhará experiência para o estado do bardo.

Em resumo, o tempo todo e em todas as situações, faça tudo de acordo com o Dharma sagrado e dedique toda virtude à iluminação. Se assim o fizer, você realizará a visão de seus lamas e servirá aos ensinamentos. Você irá retribuir a bondade de seus pais e trará benefício para si e para os outros naturalmente. Por favor, mantenha isso em mente.

Mesmo se nos encontrássemos em pessoa, eu não teria uma instrução mais valiosa que esta para lhe dar. Então guarde-a no coração, o tempo todo e em qualquer situação.

O senhor dos vitoriosos, Longchen Rabjam Zangpo, escreveu isso nas encostas de Gangri Tökar. Que a virtude seja abundante!

| Traduzido do tibetano para o inglês por Adam Pearcey em 2011 e revisado em 2012. Traduzido do inglês para o português por Gustavo Santhiago em 2018 e revisado em 2021.

Longchen Rabjam

Longchen Rabjam

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